Perder, perder, perder...

Virtualmente rebaixado para alguns, dono de campanha incontestavelmente pífia, o Vasco da Gama faz feio na volta à primeira divisão. Mas não está sozinho no vexame. A solidariedade carioca, acredite, existe.


Flamengo e Fluminense têm o mesmo número de derrotas dos vascaínos, na lanterna do Brasileiro: 16 cada. Os três cariocas perderam 48 nas 96 vezes que foram a campo, ou seja 50%. Derrotados em metade das partidas. Deprimente.
Se o hino rubro-negro aborda o "vencer, vencer, vencer", o slogan dos três em 2015 deveria ser "perder, perder, perder". Trajetórias pífias que envergonham as torcidas e mostram que há várias maneiras de se fazer as coisas erradas.
O Flamengo paga dívidas e é exemplo de gestão, mas passa longe disso no futebol. Reformulou e qualificou o elenco, se desfez de jogadores que não davam retorno e contratou um candidato a ídolo. Mas o time perde e parece nem ligar.
Falta de "DNA vencedor"? Pouco empenho? Conformismo? Um pouco de cada. Fato é que embora não tenha time para ser campeão, o elenco rubro-negro deveria não perder tanto. Assim lutaria pelo menos pelo quarto lugar, que se distancia.

A exemplo do rival, o Fluminense também se reestrutura administrativamente, faz belo trabalho de base, aproveita os meninos e sobrevive bem sem a Unimed a apoiá-lo. Mas ainda assim tem campanha que sequer o livra do risco de queda.
Sim, pode faturar a Copa do Brasil, o elenco é capaz, apesar de contratações ruins simbolizadas pela aventura "R10". Mas troca de técnico mais do que o Flamengo, que já chegou a três em 2015. Eduardo Baptista é o quarto no ano tricolor.
O Vasco vendeu ilusão à torcida. A idéia do respeito que teria voltado, maquiada pela conquista do cada vez menos relevante estadual. Luta contra o terceiro rebaixamento em sete anos e vive o choque de realidade imposto pela Série A.

Cada um a seu jeito, os três erram e envergonham seus torcedores. São 16 derrotas para cada, enquanto o Corinthians perdeu quatro vezes em 32 rodadas, o Sport sete, Atlético Mineiro e Grêmio oito cada, e Ponte Preta nove.
Há elencos mais baratos, bem colocados e que não perdem com o gosto que os cariocas parecem demonstrar pelo fracasso neste ano. Não admitir isso será mais uma derrota, que prepararia para outras tantas em 2016. Seja la em que série for.
A matemática vascaína
Em 2014 os times do chamado "Z4" tinha mais pontos somados do que os quatro últimos do momento, na rodada 32. Eram 128 contra os atuais 124, número idêntico ao de 2009, ano do "milagre tricolor" que levou o Fluminense a escapar com uma incrível arrancada final.
A questão para os vascaínos hoje é: qual será a pontuação necessária para sobreviver na primeira divisão? Se for como em 2009, a luta será terrível, pois o Fluminense escapou com 46 pontos. Já no ano passado míseros 40 bastaram para livrar o Palmeiras de nova queda. Drama até o final.




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